Casa

O momento mais lindo do dia. O pôr do sol alaranjado se transformando no azul denso. As estrelas se mostrando aos poucos e a lua iluminando meu caminho em meio a escuridão total. Me atento aos barulhos ao meu redor. As árvores que se movem com a suave brisa fria que começa a correr e o som de pneus ao longe.

Em meio ao nada, fecho os olhos e apenas sinto. Sinto a vastidão que me abraça. Sobre mim e ao redor, o nada. Queria poder ser levada daqui. Arrastada pelo vento junto as folhas já caídas, seguindo um caminho desconhecido sem precisarem se preocupar com o destino. Queria poder não pensar, apenas sentir, mas tenho o péssimo hábito de racionalizar tudo que percebo.

Anoto tudo mentalmente quase como se estivesse estudando para uma prova de escola. Abro novamente os olhos e olho ao redor. Minhas pupilas dilatadas agora conseguem captar algo. O grande portão de madeira a minha frente me chama, implorando para ser finalmente aberto depois de tanto tempo.

Desenrolo as correntes pesadas e sinto o gelo delas na ponta de meus dedos. Estou sozinha e posso fazer o que quiser aqui, devo considerar isso solidão ou liberdade? Não importa. Estou em casa.

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